Mais uma lei sem sentido

Olá a todos!

Acabei de ouvir na rádio que o Congresso está discutindo cotas raciais para o Parlamento em todos os níveis: municipal, estadual e federal. A proposta já passou pela Comissão de Constituição e Justiça.

Minha opinião sobre cotas raciais é que elas não tem sentido, porque diferenciam aquilo que não pode ser diferenciado: o ser humano.

Para que alguém possa implementar cotas, de qualquer tipo, tem necessariamente que criar algum parâmetro de comparação e de diferenciação, senão a cota simplesmente não pode ser implementada. Assim, quando se fala em cota racial, precisa-se, primeiro, definir qual o critério de raça e, mais importante, quem vai definir o critério e quem vai aplicar o critério. Ou seja, passa a ser algo externo ao indivíduo. Definir raça passa a ser algo para fora do ser. No entanto, a tua raça somente deveria interessar a ti e aos teus...

A Doutrina Espírita não tem nada escrito com esse nome: cotas raciais. E não tem por um bom motivo: o espírita é, por princípio, naturalista e individualista.

É naturalista porque sustenta a sua crença sobre direitos e deveres dos indivíduos nas leis naturais.

É individualista porque coloca o ser como o agente e o produto de seu próprio desenvolvimento físico, psíquico, social e espiritual (ou, em palavras mais próximas do Codificador, do seu grau de evolução).

Lei Natural é aquela que descreve como a natureza funciona, isto é, é a Lei Divina. Ela é única. Didaticamente, o Codificador, que não foi nem um pouco bobo neste quesito, usou a mesma divisão de Moisés em 10 leis morais, quanto aos fenômenos de ordem humana, e colocou um adendo: cabe à ciência o estudo da Lei Natural quanto aos fenômenos de ordem material.

Se, por princípio, sou individualista e naturalista, creio então que o homem é o construtor de seu próprio futuro e que todos os seres, criados simples e ignorantes mas diferenciados, cada um, conforme a sua evolução, estão sujeitos todos a mesma lei.

Consoante o alerta de Kardec e dos Espíritos Superiores que o ajudaram na Codificação, de que a humanidade seria mais feliz se as nossas leis civis se aproximassem, cada vez mais, da Lei Natural, então a notícia de cotas, que pode parecer boa em uma primeira análise, nada mais é que um distanciamento da Lei Natural e fácil é prever-se que ela não somente não surtirá o efeito desejado, como ainda provocará mais danos colaterais, até que alguém ou alguma coisa (que pode ser uma revolução, com muitas mortes...) a desfaça e aproxime as nossas leis civis da Lei Natural.

Resumindo: somos todos iguais perante a Lei Natural, ou seja, Deus nos olha a todos da mesma forma e nos dá as mesmas oportunidades. O que nos distingue é o nosso caminhar. Esse é o nosso direito básico: ser um ser humano. O nosso dever, o nosso fardo, é a caridade, que nos aproxima dos demais e permite uma melhor convivência em sociedade.


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